A ansiedade é uma sensação presente em todos, é uma reação a uma percepção de ameaça ou receio de algum resultado indesejado, ou seja, é uma antecipação que fazemos de uma ameaça futura, seja ela real ou imaginária.

É muito comum a ansiedade ser confundida com o medo mas este acontece perante a uma ameaça real e imediata, ao contrário da ansiedade, que acontece pela expectativa pessoal e por percepções individuais.

Quando temos medo, as respostas mais normais do nosso organismo são a preparação para luta ou fuga, enquanto que a ansiedade normalmente tende a estar associada a tensão muscular, comportamentos de evitamento, cautela, estados de vigilância e pensamentos intrusivos.

Segundo o DSM-V (Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais) as perturbações de ansiedade são as seguintes:

  • Perturbação de ansiedade de separação
  • Mutismo seletivo
  • Fobia específica
  • Perturbação de ansiedade social
  • Perturbação de pânico
  • Agorafobia
  • Perturbação de ansiedade generalizada
  • Perturbação de ansiedade induzida por substância/medicamento
  • Perturbação de ansiedade devida a outra condição médica
  • Perturbação de ansiedade com outra especificação
  • Perturbação de ansiedade não especificada

Como podem perceber, a ansiedade é levada a sério e há uma imensidade de critérios e especificações para diagnosticar e para compreender as perturbações de ansiedade em geral.

Segundo a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, as perturbações de ansiedade são as que representam maior prevalência na população atingindo valores de 16,5%, seguidas pelas perturbações de humor com 7,9%, ou seja, as perturbações de ansiedade em Portugal tem  2x mais prevalência do que a 2ª categoria de perturbação mais comum.

Evidências apontam ainda para uma maior prevalência da ansiedade entre as mulheres.

Em condições normais, sentir ansiedade não traz prejuízo ao indivíduo pois ela ajuda a identificar e se preparar para situações de perigo ou geradoras de desconforto. Porém a ansiedade em excesso pode trazer grande sofrimento e até mesmo incapacitar a pessoa na realização de tarefas ou atividades comuns ou importantes dos eu dia a dia.

Quanto aos sintomas, os mais usuais são sensações de preocupação constantes, apreensão ou impotência perante uma ameaça, medo ou pânico. Fisicamente os sintomas podem se manifestar como aumento das frequências cardíaca e respiratória, tremores, falta de ar, suores, sensação de fadiga e outros.

Causas para a ansiedade

As causas para a ansiedade podem ser variadas e podem ser causas evidentes ou até mesmo não parecer ter origem aparente. Nestes casos o importante é trabalhar junto do paciente para identificar a origem para facilitar o tratamento.

De uma maneira geral o que desencadeia ansiedade são experiências stressantes e a falta de capacidade pessoal para lidar com essas mesmas experiências, mas há também outros fatores como uso de substâncias (álcool, drogas, medicamentos), chás, cafés e tabaco em excesso e ainda há pesquisas que indiciam causas genéticas como base do sentimento ansioso em algumas pessoas.  Por isso a avaliação individualizada feita por profissionais de saúde qualificados torna-se importante e essencial na busca para o tratamento.

O que fazer para prevenir a ansiedade?

Há uma série de recursos que podemos utilizar para prevenção do estado ansioso, entre eles estão técnicas de relaxamento muscular ou respiratória, técnicas de visualização, meditação, yoga, exercício físico, dieta saudável, promoção do autoconhecimento e outras técnicas de controlo de ansiedade.

Finalmente, nas perturbações de ansiedade, um bom diagnóstico e ajuda profissional são recomendados uma vez que deve-se despistar alguma eventual doença física que originam as queixas sintomáticas e procurar descobrir a origem, a forma como afeta o paciente e como este lida com a situação para então depois elaborar um plano de intervenção adequado que venha de encontro às necessidades específicas do paciente.

Dr. Pedro Matos